Achei interessante esse trecho de Watchmen e resolvi reproduzí-lo abaixo. Acho que estou em um momento muito reflexivo....
(...) Ainda são as mais antigas ironiais que nos trazem maior satisfação: o homem, ao se preparar para uma guerra sangrenta, prega em alto e bom som, da maneira mais eloqüente, a paz. Essa dicotomia não é uma invenção do Século 20. No entanto, foi nesse século que a maioria dos exemplos mais marcantes desse fenômeno apareceu. Nunca antes o homem verbalizou tanto sua busca pela harmonia global enquanto reunia pilhas e pilhas de armas de efeito devastador. A Segunda Guerra - assim nos disseram - foi a guerra para acabar com todas as guerras. O desenvovimento da bomba atômica é a arma para acabar com as guerras.
E no entanto as guerras continuaram. Atualmente, não há nação neste planeta que não esteja envolvida em alguma forma de conflito armado, se não contra seus vizinhos, contra forças internas. Além do mais, à medida que quantias cada vez maiores de dinheiro são derramadas na busca da arma ou conflito específico que trarão a paz duradoura, o esgotamento de nossas economias cria uma paisagem urbana arruinada onde o crime floresce e as pessoas estão cada vez menos preocupadas com a segurança nacional e mais com a simples segurança pessoal, necessária para poder ir ao mercado tarde da noite comprar um litro de leite sem ser assaltado. Os lugares que lutamos tão ferozmente para preservar estão se tornando cada vez mais perigosos. As guerras para terminar com todas as guerras, as armas para terminar com todas as guerras são coisas que falharam completamente. (...)
Fonte: Watchmen: edição definitiva - originalmente publicado em 1986.
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